Cirurgia de Coluna

A cirurgia de coluna é uma subárea médica responsável pelo cuidado das doenças que acometem a coluna vertebral (cervical, torácica, lombar e sacral), assim como as doenças da transição entre o crânio e a coluna.

Saiba mais

A cirurgia de coluna é uma subespecialidade que requer uma formação específica do médico especialista, podendo esse ser um neurocirurgião ou ortopedista.

As principais doenças da coluna vertebral podem ser classificadas da seguinte forma:

  • Degenerativas: Doenças relacionadas ao envelhecimento e desgaste natural da coluna vertebral. Nessas, o principal fator de risco é uma predisposição genética. São exemplos de doenças degenerativas: Hérnia de disco, estenose cervical, estenose lombar, espondilolistese (escorregamento de uma vértebra sobre a outra).
  • Tumores: Os tumores que acometem a coluna podem ser primários (surgem da própria coluna) ou secundários (tumores que surgem de outras partes do corpo, como as metástases).
  • Traumas: Os acidentes podem causar fraturas e luxações na coluna vertebral. O cirurgião de coluna é o responsável por avaliar e tratar esses casos, sejam eles cirúrgicos ou não.
  • Infecções: Diferentes tipos de infecções podem acometer a coluna, sendo as mais comuns por bactérias e por tuberculose.
  • Deformidades: As deformidades são defeitos nas curvaturas da coluna vertebral, esses podem ser congênitos (desde o nascimento), ou adquiridos (deformidades que surgem em outras épocas da vida).

 

 

Áreas de Atuação em Neurocirurgia

  • Hérnia de disco

    A coluna vertebral é composta por uma série de ossos conectados chamados de “vértebras”. A cada duas vértebras existe um tecido conjuntivo resistente que unem esses ossos, esse tecido é conhecido como “disco intervertebral”. O disco tem a função de permitir  a mobilidade e o amortecimento durante os movimentos da coluna vertebral. O disco possui uma cápsula resistente chamada de “ânulo fibroso” e um conteúdo mole e aquoso, conhecido como “núcleo pulposo”.

    Quando a cápsula se rompe o conteúdo (núcleo pulposo) pode sair de seu lugar de origem, formando a hérnia de disco, ou seja, hérnia de disco é a extrusão do conteúdo do disco intervertebral.

    Os sintomas de uma hérnia de disco dependem da sua localização e da estrutura que elas podem estar comprimindo. As duas hérnias mais comuns são a cervical e a lombar.

    A hérnia de disco cervical pode causar dor no pescoço e dependendo da estrutura comprimida pode gerar dor no braço (se comprimir o nervo) e até fraqueza em braços e pernas ( se comprimir a medula espinhal).

    A hérnia de disco lombar pode causar dor lombar e lombociatalgia ou ciática. Ciática é um termo popular para uma forte dor em  choque ou queimação que vai da lombar até uma das pernas.

    O tratamento das hérnias discais são em sua maioria conservador, pois 80 a 90% melhoram sem necessidade de cirurgia. Logo o tratamento tanto das hérnias cervicais como lombares devem incluir:

    • 1 – Analgésicos;
    • 2 – Fisioterapia;
    • 3 – Estímulo para retorno das atividades diárias.

    Nos casos em que a dor é intensa e impede a realização da fisioterapia e do retorno ao trabalho pode-se lançar mão dos bloqueios epidurais. Esse tratamento consiste na injeção de um anestésico e um corticóide no nervo que está comprimido. Esse tratamento pode gerar um alívio que permita o paciente retornar das atividades diárias até a resolução completa do quadro.

    O tratamento cirúrgico fica então reservado para uma minoria dos casos que não melhoram com os tratamentos menos invasivos e para aqueles que têm déficits neurológicos (ex: fraqueza em um membro, dificuldade para urinar).

     

    Dor Ciática

    O nervo ciático é um nervo que está localizado na parte posterior da coxa e leva a transmissão nervosa para a perna e os pés.

    O termo dor ciática (ou lombociatalgia; ciatalgia) refere-se a uma dor em coque ou queimação associada à dormência e formigamento que se inicia nas região lombar e vai até a perna ou o pé. Geralmente essa dor é intensa e o paciente apresenta dificuldade em andar, ficar em pé e elevar a perna.

    A dor ciática requer uma avaliação com um especialista, exame físico minucioso, exames diagnósticos complementares (radiografia e ressonância magnética) para confirmar a causa da dor. Muitas doenças podem causar dor ciática, mas a mais comum delas é a hérnia discal, ou seja, um problema no disco que fica entre duas vértebras que desloca-se do seu local natural e comprime um dos nervos que saem da coluna vertebral. Essa compressão do nervo é a causa da dor na grande maioria dos casos.

    O tratamento inicial da dor ciática deve ser feito com analgésicos e fisioterapia. Sendo que a maioria (90%) melhoram sem nenhuma necessidade de procedimento mais invasivo. Bloqueio de nervos através da injeção de corticóide no local da compressão também são úteis para melhorar o quadro doloroso. A cirurgia fica reservada para a minoria dos casos que não respondem ao tratamento conservador inicial.

     

    Escoliose

    Escoliose é um termo utilizado para descrever uma curvatura anormal causada pela rotação das vértebras. Essa curvatura faz a coluna ficar com um formato de “S” ou de “C”. Existem 3 principais tipos de Escoliose: Congênita, Neuromuscular e idiopática.

    • Escoliose congênita significa que o paciente já nasceu com a curvatura e geralmente é causada devido a um defeito no desenvolvimento de uma ou mais vértebras.
    • Escoliose neuromuscular é causada por uma variedade de doenças neurológicas, como: paralisia  cerebral, mielomenigocele, entre outras.
    • Escoliose Idiopática é a mais comum e sua causa é desconhecida, acredita-se que muitos fatores podem estar associado com sua formação.

    A escoliose idiopática (a mais comum) geralmente não causa dor, ou déficit neurológico. Seus principais sintomas são assimetria de ombros (um ombro mais alto que o outro), desalinhamento do quadril, e sensação de uma perna ser maior que a outra.

    Existem três opções de tratamentos disponíveis para escoliose: observação, uso de colete e cirurgia.

    • Observação significa acompanhar o paciente com radiografias seriadas. Esse tratamento é feito com pacientes com curvaturas pequenas da coluna vertebral (até 20º).
    • colete tem o papel de impedir a progressão da curvatura da coluna enquanto a o paciente não atinge  a maturidade esquelética, pois após o final do crescimento a curva para de progredir.
    • cirurgia fica então reservada a casos mais graves, em que a curvatura é muito grande, a deformidade tem aspectos estético inaceitável, e nas curvas em crescimento apesar do tratamento com colete.

Especialistas

Danilo Quadros

CRM-BA 25998 | RQE 90.083

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